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Sexta, 30 Dezembro 2016 16:57

Turismo

Por:

Tradição indígena 

Em junho, a movimentação de turistas no Xingu aumenta por ocasião do Quarup, festa que envolve cerca de quatro mil índios que habitam o Parque Nacional do Xingu, norte do Estado. A cerimônia acontece na aldeia Yawalapíti. Trata-se de um ritual dos grupos indígenas xinguanos para homenagear os mortos. A tradicional cerimônia é assistida pela grande maioria das aldeias, autoridades e estudiosos. A representação da cerimônia consiste em torno de poste de madeira que é decorado para tal fim, simbolizando os mortos. A festa é preparada com antecedência, sempre no período de seca, e em época de colheita. 

Num cenário onde os índios reafirmam a sua identidade, os povos xinguanos evocam, juntos, as almas dos mortos ilustres. Pajés dançam, cantam e choram diante dos troncos. "Para a realização de um quarup não basta apenas a aceitação por parte do parente próximo do morto. É preciso que haja a aceitação e envolvimento de todas as aldeias. Os troncos feitos da madeira "quarup" são a representação concreta do espírito dos mortos ilustres. Corresponderia à cerimônia de finados dos brancos. Entretanto, o Quarup é uma festa alegre. 

Preparativos 

Pela tradição, sempre à noite, os índios trazem da floresta várias toras de madeira, conforme o número dos homenageados. Os "quarupes" ficam em linha reta no centro do terreiro em frente às malocas onde são recortados na forma humana. Cada um é pintado com as suas respectivas insígnias, que em vida os fazia distinguir pajés, guerreiros, caçadores ou até mesmo aqueles que mais descendentes deixaram. 

As várias etapas da cerimônia incluem homens com arco e flechas que entoam hinos aos mortos. As mulheres, de cabelos soltos, trazem frutas e guloseimas, ricos cocares, plumagem de coloridos vivos, braceletes e colares, e aproximam-se em passos harmoniosos dos quarupes. Em voz baixa, como um sussurro, travam com eles um pequeno diálogo em que parecem exprimir toda a gratidão, falando-lhes das saudades que deixaram, oferecendo-lhes ao mesmo tempo os frutos e guloseimas. 

No começo da noite as aldeias voltam a se apresentar para pegar um pedaço de pau em brasa e dar início a uma outra etapa do ritual. Depois as mulheres choram os mortos junto aos quarupes. Na manhã do dia seguinte, ocorre a apresentação em círculo à família do "homenageado". Em outro ritual, ocorre a dança do fogo, em volta dos quarupes e a dança da vida. Por fim, ocorre a homenagem das diversas tribos que executam a luta huka-huka. O Quarup é encerrado em festiva procissão com os troncos sendo jogados no rio.

Fonte: tipoalfa.com.br

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